quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Comentário de Lídia Carvalho

Na minha condição de humilde leitora,
que fica de Joaquim Marques escritor, poeta e dos leitores/as?
Joaquim Marques tem uma sofisticada sensibilidade,
percebendo, como ninguém, através da mais valia das palavras amargas
e doces, as fraquezas deste mundo (partindo de si), qual dádiva astuciosa dos deuses,
e ironica-mente, sarcástica-mente, heróica-mente retracta a
decadência do homem do nosso tempo:
as mazelas do social, a arrogância, a sobranceria, a prepotência, a
petulãncia, a estupidez (...).
O poema é, para Joaquim Marques, uma arma que espicaça as consciências algo adormecidas, uma arma para lutar contra ideias feitas, o tudo-pronto,
o tudo-dado, o já-pensado, os marasmos quotidianos.
A poesia de Joaquim Marques é, um campo de batalha, o inimigo
é a excessiva normalidade do Homem: arrelia-o a prepotência, incomoda-o a deferência, arreporra para a normalidade.
Estamos, com esta provocadora obra poética, no lado mais singelo, irreverente e nobre de toda e qualquer criação («Sou poeta de mim mesmo»). o tom lírico-literário é uma das marcas mais visíveis do fazer-literário deste autor.
Não é Poeta?
Poeta é aquele que resiste, que interroga, que luta, que se inquieta, que se revolta,
que subverte o instituído, que diz NÃO(!).
Eis um poeta-vidente, profeta, anunciador, avisador, inconformista-radical, idealístico, insatisfeito, critico de algumas deferências, desbravador e caminheiro de sentidos, de diferenças, ousadias, adorador da Beleza deste mundo e dos outros (acessíveis aos criadores-artistas). Joaquim Marques é um humanista por excelência, um cidadão do mundo, um homem com alma-grande, proporcional ao seu peso, "bom garfo", ou não fosse o homem espírito e corpo (e o corpinho de Joaquim Marques não se alimenta de sopinhade letras, ou de congelados, ou da vulgaridade); ao ler os poemas de Joaquim Marques, dá vontade de gritar (alto e bom som) estes famosos versos da saudosa poetiza Natália Correia:«Ó subalimentados do sonho, a poesia é para se comer». Façam o favor de comer a poesia de Joaquim Marques! Alguns farão bem a digestão, outros não. Daí, a "CARTA DE ALFORRIA".

Respeitosamente me curvo perante a obra do poeta
e a pessoa do Poeta.
Lídia Carvalho

3 comentários:

Joaquim Marques AC disse...

A Dra Lídia foi tão.. tão... nem sei como definir o tamanho das palavras amáveis... Tem a certeza que não se enganou na análise? Não terá sido outro autor que queria comentar? Ou foi o olhar de mãe protectora que lhe fez escrever assim?
Mereço mesmo? Quando a esmola é grande o pobre desconfia!
Concordarão consigo os outros leitores?
Obrigado Lídia

Anónimo disse...

Lídia ....bom dia...
muito prazer viu...

Eu concordo com você sobre nosso poeta...
Suas palavras são completas e não há mais nada a dizer desse homem-poeta que tem preenchido com tanta honra nossos segundos, minutos e horas através do encanto de suas palavras.
Ele é especial...
Eu o adoro...

Anónimo disse...

bom comeco